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A opção pelo plantio de milho transgênico está se consolidando no Brasil, podendo chegar a 70% da safra verão 2010/11, segundo projeção da Associação Paulista de Produtores de Sementes (APPS).

A opção pelo plantio de milho transgênico está se consolidando no Brasil, podendo chegar a 70% da safra verão 2010/11, segundo projeção da Associação Paulista de Produtores de Sementes (APPS). Os problemas climáticos verificados nas duas últimas safras e os preços mais baixos do milho no mercado estão por trás do crescente interesse pelo grão transgênico, cujo plantio exige um número menor de aplicações de defensivos e apresenta maior rendimento por hectare. A produção total de sementes de milho no Brasil na atual safra, 2009/2010, foi de 220 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas. Desse volume, 40% foram de sementes transgênicas, ou 88 mil toneladas. O plantio de OGMs na safra de verão representou 38% do total e na safrinha subiu para 50%.

A consultoria AgroSecurity estima que, em algumas regiões produtoras de milho, a área de transgênico chegará a 80% em 2010/11. É o caso de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Embora para cultivar um hectare o produtor gaste com semente R$ 410 no caso da geneticamente
modificada (OGM) e R$ 240,00 no caso da convencional, a tendência é de que opte pelo transgênico devido à rentabilidade maior. De acordo com os cálculos da AgroSecurity, o custo de produção por hectare com o milho OGM no ciclo atual é de R$ 2.012,00, ante R$ 1.985,00/ha do
plantio convencional, ou R$ 27. Em contrapartida, na última safra, a diferença de produtividade foi de 16 sacas por hectare em favor dos transgênicos.

De acordo com Cássio Camargo, executivo da APPS, mesmo com o aumento significativo do uso de sementes transgênicas na próxima safra de milho, não há risco de o produtor não encontrar semente porque o crescimento da demanda já era esperado pelas empresas produtoras do
insumo. Já o economista Felipe Prince, sócio da AgroSecurity, teme que haja problemas de oferta se o salto na demanda realmente ocorrer. Na sexta-feira (18), representantes do setor vão se reunir com as empresas produtoras de sementes para avaliar melhor o tamanho do mercado na safra 2010/2011.

Safra 2010/11 – A safra de milho verão 2010/11 na maioria dos Estados produtores começa a ser cultivada em setembro. O Rio Grande do Sul é o primeiro a plantar. Na avaliação do mercado, os agricultores devem começar a comprar os insumos para a lavoura de milho somente em agosto, apostando em uma reação dos preços do cereal até lá, hoje pouco remuneradores. Produtores de sementes acreditam que, a exemplo do que ocorreu em 2009/11, quando a área de milho caiu em detrimento da soja, commodity com maior liquidez, na próxima safra o cereal pode registrar nova redução. No Paraná, por exemplo, o economista Flávio Turra, da Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) disse que a área de milho deve recuar, pelo menos, 100 mil hectares, que serão cobertos por soja. “O produtor vai substituir milho pela soja por causa da rentabilidade e da liquidez”, disse. Felipe Prince estima que no oeste da Bahia será o algodão a ocupar a área de milho. Na região de Luis Eduardo Magalhães, o plantio da pluma tem garantido rentabilidade de R$ 1.025,00/ha, enquanto a soja rende R$ 280/ha e, o milho, apenas R$ 48,00/ha.